Relato da 1ª reunião do cursinho

Presentes: Lila e Gustavo do Cursinho Popular Flor de Maio de Hortolândia. Mano, Márcio, Jonas, Bruna e Davi (professor da rede estadual),

A reunião teve início com uma apresentação do que era o cursinho Flor de Maio. O cursinho é feito em Hortolândia, uma cidade dormitório na periferia de campinas. Muitas pessoas que eram de horto e conseguiram passar na UNICAMP se reuniram para fazer um cursinho lá. Apesar de campinas ter uma rede de cursinhos muito forte, o Flor de Maio foi o primeiro em hortolândia. Com isso houve uma procura muito grande de alunos pelo cursinho, porque era a única forma que os estudandes pobres tinham para se preparar para ovestibular. Por causa da imensa procura (200 inscritos), o cursinho usou alguns critérios para selecionar os alunos, e o critério básico era a renda. Os alunos com mais baixa renda teriam prioridade. Houve outros critérios como a prioridade as alunas transsexuais e aos alunos com dificuldade motora.
@s compas ressaltaram a importância do cursinho para ajudar os/as alunos a aprender a aprender. Disseram que a maior dificuldade era criar um rítimo de estudos. Como o cursinho é só aos sábados, nunca vão conseguir dar toda a matéria que vai cair no vestibular, mas a grande contribuição do cursinho era ajudar o aluno a criar um planejamento (ou cronograma) de estudos. Ir fazendo os exercícios em casa, um pouquinho por dia, ajuda muito nessa aprendizagem e quando os alunos vão pras aulas conseguem aproveitar mais.
Foi ressaltado que o cursinho popular possibilita a gente construir uma educação com a Nossa educação, uma outra educação… e com isso podemos aprender de um jeito que a gente se à vontade.
Também disseram sobre a necessidade de mapear os cursinhos que existem perto, pois, diferente do ângulo e do objetivo, os cursinhos populares não estão concorrendo um com o outro, por mais que as propostas políticas possam ser diferentes a ideia é que os cursinhos possam se unir e fazer as coisas juntos. Com o tempo o cursinho vai criando uma identidade própria, de acordo com as vontades e práticas dos participantes.
O Gustavo falou sobre a ida dele pra unicamp. Ele nasceu e cresceu no ângela, e só conseguiu entrar porque começou a frequentar o cursinho Raíz que fica do outro lado da represa. O compa ressaltou a importãncia de falar sobre a realidade dos estudantes pobres que entram na universidade, sobre as políticas de assistência estudantil, sobre o fato da universidade ser majoritariamente composta pelos filhos da burguesia.
Sobre as dificuldades, foi ressaltado a evasão dos alunos que pode ter inúmeros motivos, seja por falta de grana para ir, ou por causa do excesso de trampo…ou alguma outra situação. Disso eles mantém uma lista de espera e vão chamando as pessoas ao longo do ano.
O cursinho já formou duas turmas.
os compas colocaram a necessidade da gente começar a pensar no local…disseram que independente do lugar, sempre vai haver os prós e os contras…Também precisamos pensar o porque de fazer um cursinho? qual nosso objetivo com o cursinho?

Uma das coisas que perguntamos foi como funciona a grade curricular? O cursinho funciona aos sábados de manhã e a tarde, e aos domingos eles fazem um plantão de dúvidas, simulados e exercícios para ajudar os alunos a se prepararem. O cursinho conta com dois professores por disciplina e cada disciplina se repete a cada duas semanas, assim cada professor dá uma aula por mês. Mas o trabalho do professor não se resume em dar aulas, ele precisa montar a lista de exercício para os alunos fazerem em casa e (alguns) ajudam na construção política do cursinho. Eles também disseram que sempre trabalham com a ideia do enem, que a unicamp não é a unica universidade e que há outras seja pública ou privadas que o aluno pode entrar.
Eles também disseram que trabalham com a questão da frustração em caso do aluno não passar.

Também perguntamos sobre a alimentação dos alunos. Eles disseram que antes os alunos levavam marmita, mas agora eles conseguiram um projeto de extensão da unicamp e eles compram as marmitas e todo mundo come junto. Mas esse projeto vai acabar em julho. Eles se mudaram para um outro espaço que tem uma cozinha. Assim vão fazer um rango coletivo.

Também perguntamos em como podemos arrumar os professores? No Flor de Maio, nem sempre os professores são da área, eles incentivam que os próprios alunos que possuem alguma facilidade com o tema a darem aulas, também disseram que se alguma pessoa é formada em nutrição pode dar aula de biologia. Ser de outra área náo é impeditivo para dar aula, até ajuda já que as “limitações” ajudam o professor a construir o conteúdo de maneira coletiva. Eles buscam trazer convidados para as aulas, algumas tem mais de dois professores na mesma aula.

eles ressaltaram a importância de que a vivência no cursinho ajuda o estudante a encarar a prova. Que além disso ajuda aprender a aprender, ou seja, criar uma disciplina pra estudar.
Também falaram da importância dos princípios políticos do cursinho para a escolha dos professores, nem todos darão aulas se não tiver o perfim do cursinho. Nos indicaram conversar com o cursinho Raíz já que eles tem uma caminhada maior e pode nos ajudar a começar a se estruturar.

Marcamos uma próxima reunião para dia 13 de fevereiro e essa reunião será aberta para tod@s que quiserem construir o cursinho.Convidamos o Davi para estar na próxima reunião da frente estudantil para que a gente possa preparar a reunião do dia 13 .

Próxima reunião: 13 de fevereiro (sábado) às 14 horas no Bloco.

   

Daora, valeu o relato. Não consigo colar na próxima reunião pq 13 e 14 tem um eventão enorme com mais de 100 pessoas na Mafalda, mas quero estar próxima na construção e ajudar com o que puder, desde organização até a fazer rango coletivo. :)