Reunião de apresentação – Casa Kalunga¶
peetsa:
- na ultima reuniao veio pouca gente.
- vamos nos apresentar e apresentaro projeto de novo.
- so peetsa, trabalho junto com a rede mocambos, rede nacional e principalmente
quilombola, mas tem comunidades indigenas, sem terra. Juntos na luta pela
terra, comunicação.
elias:
- agente comunitario de saude
- moro no engenho II
- colega do paulinho, vilmar.
- queria estar na primeira reunião, mas estava a 200km.
- quero aprender.
ismael
- moro no kalunga monte alegre, não entendi nada, mas to aqui pra pegar firme.
valdim:
- kalunga monte alegre
iiralan – do kaluga
kaluncio, vão de almas
- segundo conselheiro da associação acaci
- nunca vim na reunião mas vim agora participar
paulo – vão do moleque
- presidente associacao cavalcante
- na luta com tc, vince, pessoal da rede mocambos.
- queremos resolver o problema de comunicação da nossa região
- juntos
wellington
- engenho ii
- guia turístico
marimar:
- engenho ii
- gosta de computação
- professor
- montar redes
hélio
- engenho ii
- professor
- gosta de tecnologia
saba
- holanda
- ficando na casa do paulinho vao do moleque
agostino
- italiano
- junto co saba
stefano:
- irmão agostino
- estamos aí para ajudar a trabalhar a questão da comunicação.
- podemos ajudar a documentar
vince:
- rede mocambos
- mora em taguatinga
- temos um espaço lá de trabalho da rede
- valeu, licença pra chegar mais uma vez
- começamos em março e agora estamos no ponto de fazer a primeira instalação
- nas outras vezes vierammuito nego veio, o que é legal porque é difícil envolver
- agora temos que começar a tomar conta com pessoas que estão afim de aprender e levar pra frente
- fizemos uma proposta muito grande, demos passo maior que a perna quando pensamos em fazer a rede no território como um todo.
- essa é a vontade, o desafio é grande
- trabalhamos a questão de formação, para evoluir e não faltar gente que sabe como funciona
- pensamos em começar com a parte menor e depois ir aumentando
- estando próximos rola de dar uma força, ou quem passar por lá fazer uma oficina/formação
- sou italiano mas estou no brasil há 12 anos
- importante criar relação com outros lugares, principalmente por causa da situação política
- temos muito que aprender com a comunidade daqui que está preservando muito mais que outros
foz:
- aproximando
candido
- kalunga municipio monte alegre
- aqui pra aprender
aldo
- municipio monte alegre
- aqui pra aprender
renato:
- conheci georgia, me ofereci para colaborar com o que for posivel
- trabalho com energia solar, rede, internet via satelite
- trabalho aqui ha 7 anos, sou de campinas – sp
- gosto muito dos kalunga, tenho admiração muito grande por eles
peetssa:
- que mundo pequeno
- mocambos nao tem uma sede mas foi idelizada na casa de cultura taina em campinas
- tc toca a casa de cultura taina ha 28 anos, movimento negro
- esta hoje numa outra comunidade la no espirito santo
- projeto tem um financiamento da fundacao banco do brasil
- chama-se rota dos baobas: tem uma rede fisica, na qual as pessoas vão nas comunidades, trocam sementes, mudas, escambo.
- tc está agora no espírito santo, o trabalho é de uma rede nacional quilombola
- não trata só dos kalunga ou um quilombo específico
- a ideia é trabalhar em rede porque os quilombos são povos tradicionais assim como indigenas
- os direitos dos quilomboas estão muito cortados
- a luta é antiga, 400 anos
- fomos mudando de data, então TC não pode estar presente, mas estamos aqui pra representar mesmo
- a rede funciona assim: eu não posso estar, mas o outro pode.
- todo mundo tem compromisso, roça pra cuidar, bezerro pra vacinar
- ainda bem que o Renato apareceu
- não somos especialistas em torres, para raios, energia solar, antenas
- tenho um trabalho há um tmepo com energias alternativas
- gerador elétrico com computadores quebrados
- tenho feito trabalhos para funai, proteção de terras isoladas,
- trabalhos ligados a sustentabilidade
- muito bom ter o Renato presente, todo mundo vai aprender muito.
- desde a primeira vez não poderíamos propor nada se não tivesse os kalunga juntos
- pensamos juntos, a culpa não é de um só, vamos errar e acertar juntos
- bastante conversa pra fazer.
peetssa:
- eu e tc chegamos aqui em março, chamados pela georgia, depois de uma enchente de janeiro.
- viemos dar uma olhada no território pra conhecer, prata, santo antonio, riachão
- viemos acompanhados do rogério
- conforme fizemos reuniões com os kalunga, teve uma no vão do moleque bem grande, encontramos a importancia da comunicacao.
- mesmo no dia a dia, pra dizer não vem pra cá que o rio não tá passando
- um aviso poderia economizar 2 dias e 2 tanques de gasolina
- mesmo como organização social, sabendo por exemplo quem vai no dia seguinte para cavalcante pode ajudar no escoamento de produção.
- economiza combustivel, trabalha junto.
- outra questão é comunicação com o mundo.
- poder saber o que está acontecendo na italia ou perguntar para um quilombola da bahia como eles resolvem problema com praga, por exemplo
- baobáxia: quilombolas, indigenas, sem terra, compartilhando o conhecimento tradicional
- tem gente que acha que quilombola não sabe plantar, mas o cara está na terra ha 400 anos
- conhecimento que está sendo guardado e compartilhado
- baobaxia é um sistema como se fosse uma grande memória armazenada ao redor de todo brasil
- pode quebrar um computador lá no maranhão que o resto da rede continua funcionando.
vince:
- podemos falar muita coisa mas sera muita informacao
- seria legal entender o que vocês estão sabendo dessas ações
- vocês já tem alguma informação, alguma expectativa, alguma proposta
- essa ação não é parte de um projeto específico, então não temos prazos
- temos prazos pra conseguir fazer as coisas para que sejam efetivas, mas não prazos de projeto
- podemos apontar para o que vocês estiverem afim de fazer
- é uma rede kalunga, se vocês se apropriarem pode ser algo alem de somente um experimento.
- avaliando o tempo que está fechado, a grana que terminou, pensamos em fazer apenas 2 pra começar.
- temos material para quase as 4 torres, mas antes de decidir seria legal entender o que vocês estão pensando.
- uma outra frente é da carol e tábata que são lá do mercado sul e hoje vão dar uma mão na loja kalunga.
- elas tem uma experiencia com economia solidaria, produção.
- estão juntando algumas mulheres principalmente da capela.
- essa ação aqui pode estar conectada com a outra ação, será que podemos coordenar?
- não somos os caras das antenas, essa experimentação começou aqui nos kalunga
- temos alguma experiência tecnica, mas não espeficamente com antenas. Temos experiencia com redes de pessoas e tecnologias que sejam necessárias no momento.
- o foco não é somente a parte técnica.
- importante saber o que essa rede de comunicação pode fortalecer de fato.
- exemplo: queremos ligar as escolas, ou fortalecer a produção agrícola.
- precisamos nos organizar porque o investimento não é impossível, mas tem um custo, financeiro e físico também.
- se cada um puder dar uma palavra, podemos saber se todos estão na mesma frequencia
- a ação tem a proposta de fortalecer a rede quilombola, mas foi iniciada por pessoas que nem são quilombola.
- porque achamos que a luta é importante para além dos quilombolas. tem até gente de outros lugares do mundo.
- as relações entre as pessoas estão cada vez mais complicadas, estamos na sociedade do medo, as pessoas mais fechadas.
pergunta:
- essa torre vai jogar em todos os lugares ou só em um orelhão qe fica num lugar só?
vince:
- analogia: rede de irrigação. Faz um duto principal e depois tira os ramais. Pensamos em fazer as torres em cima dos morros, que não chega em todas as casas, mas de lá dá pra esticar os ramais.
- mapeamento: abadia, depois um para entre vão de almas e diadema, outra em cima do moleque onde está o florentino, e outro no tinguizal lá em cima do tico.
- esses 4 pontos tem uma visada em quase todo território kalunga.
- se o objetivo fosse somente internet seria mais fácil ligar direto um ponto até o ponto que você quer internet.
georgia:
- como é que vocês chegaram aqui?
- se pudessem responder o que vocês esperam desses dias
- está claro tudo isso que conversamos?
- estão esperando o que dessa formação?
elias
- espero aprender
- cada um veio com objetivo
- temos que aprender do inicio passo a passo porque se der um problema a gente mesmo tem que arrumar
- melhor aprender a pescar do que ganhar o peixe frito na bandeja
- o dia que o peixe acabar, onde é que vai conseguir a isca?
- não são todos que vão estar todos os dias, mas quanto mais a gente participar mais a gente aprende
marimar:
- já monto redes, ajudei a montar uma torre, na minha comunidade já tem internet
- mas somos dependentes da empresa que fornece o acesso, ninguém tem a senha de acesso, etc
- vamos ser menos dependentes, aprender mais um pouco
- ampliar a comunicação entre as comunidades, vão de almas não tem, monte alegre não tem
- fortalecer o vínculo entre as comunidades
elias:
- assim ficamos sabendo o que está acontecendo lá e eles ficam sabendo o que está acontecendo cá
- por exemplo: vai ter uma reunião, mas as pessoas não ficam sabendo
- carta ou recado, difícil
- as vezes fica sabendo que teve uma reunião mas já passou
- com o meio de comunicação todos vão está sabendo o que está acontecendo
xxx:
- as vezes até questão de doença, da minha casa até o ponto de telefone são 6 km
- se está chovendo, etc, já fica difícil
marimar:
- na maioria das comunidades não tem telefonia
- na nossa tem porque cada um tem antena fora da casa
helio:
- o sinal vai batendo nas serras, chega fraco demais
- tabela de preço dessas empresas na cidade é um, na comunidade é 20 reais a mais.
peetssa:
- empresa, o objetivo é ganhar dinheiro sobre o usuário, cliente
- você vai pagar e não necessariamente vai te prestar um serviço decente.
- em sp é a mesma coisa.
- a grande diferença é uma rede própria.
vince:
- importante medir esforços, porque é um investimento
- se há uma vontade de se apropriar da tecnologia enquanto território, vale a pena
- mas tem que pensar como investimento, não é somente pela questão econômica
- estamos em um território grande, com muitos irmãos e irmãs, que podem se apropriar dessa tecnologia para fazer várias coisas
- como a rede é nacional, pode ser que alguém daqui possa ajudar alguém de uma comunidade longe
- o dinheiro não é o único parâmetro
helio:
- importante não é um lugar só
- o território kalunga é muito grande
renato:
- acredito que a comunidade kalunga com muitos séculos sempre foi muito fechada porque fugiram, saíram, tentaram criar uma vida própria em comunidades que são muito isoladas.
- acredito, sinto e vejo que existe um conhecimento muito grande
- conversando uma vez com um pesquisador da unb, me disse: imagina que acaba energia, acaba internet acaba ecnologia. quem sobrevive? os kalunga não vai fazer diferença nenhuma.
- porque vocês têm já tudo que vocês precisam, mas podem se interligar um ao outro.
- tenho respeito por esse conhecimento de vocês, com uma coragem e energia que nós na cidade não temos
- porque estamos atrelados a uma tecnologia de celular, telefonia, mobilidade, carro, etc, que nós precisamos
- vocês não precisam, mas vão ter acesso.
- se conectar a rede mundial pode ser muito interessante, mas vocês já tem uma rede entre vocês
- quando se conectarem entre vocês, vai ser uma coisa maravilhosa, que vai fortalecer mais ainda outras pessoas.
peetssa:
- tem a internet e a intranet, comunicação interna.
georgia:
- rede mocambos não é governo, nem ong,
- recapitulando: sim, é comunicação: rádio comunitárias
- intercambio entre comunidades quilombolas
- ao mesmo tempo que estamos pensando uma veia de comunicação, tem gente que vai usar somente para whatsapp,
- mas existe um objetivo maior, conseguir outras parcerias, com pouco dinheiro, por exemplo celular.
- seria loucura montar 4 torres antes das chuvas
- começando pequeno, está na mão
- não tenham vergonhas de fazer pergunta, pra entender como trabalhar juntos
- são tantos pontos e tão novo para todo mundo
- como monitorar e fazer a manutenção, pensar troca com o pessoal do mercado sul, npdd
- já estamos desde março, abril, junho, julho, cada vez que começamos a conversar tem gente nova
- essa formação é importante pra todo mundo
peetssa:
- reforçar o que georgia falou: não podemos ter medo, tudo que sei na minha vida foi perguntando
- só com a mão na massa vamos ver o peso de uma torre, como monta cabo de rede.
georgia:
- só pra recapitular: qual foi a eleição, porque essa conversa é uniforme, humana?
- escolhemos os maiores morros.
- gastamos todo o dinheiro para comprar o equipamento.
- lanche: não temos dinheiro pra lanche, estamos botando do bolso.
peetssa:
- por onde fomos passando e compartilhando o conhecimento
- no prata 2 horas investidas colocaram a internet pra funcionar
- no vão do moleque faltava luz, testei com uma lâmpada e tomada
vince:
- somos informais, quando acaba um projeto a gente continua lá
- aí falta grana, como fica?
- por uma questão ideológica, tentamos pegar o máximo de material reutilizado possível
- sabemos que muitas comunidades quilombolas são exploradas por minério
- conseguimos bastante material em ferro velho
- acreditamos que é importante que as comunidades tradicionais tenham domínio dessas tecnologias.
vilmar:
- é importante nesse momento a participação
- outros projetos só dão o peixe, não ensinam a pescar
- o interessante da rede mocambos é que ensina a gente a ter nossa autonomia
- no engenho ii montamos tudo mas por causa de uma pecinha ficou 6 meses sem funcionar
- precisamos dos meios de comunicação
- união da comunidade, temos que abraçar a oportunidade
georgia:
- como cada comunidade vai investir para instalar as antenas filhas
- o pensamento é coletivo
peetssa:
- liberdade de escolher: exemplo, precisamos de um ponto em cada escola
- pode ser um ponto central onde todas as casas recebem, ou outra forma diferente
- pode ser feita a cobertura da comunidade inteira
xxx
- ano passado teve uma pessoa de sp que me falou que se juntasse todo mundo do vão de almas ele tinha possibilidade de colocar lá uma antena até 8 km.
- só que precisava de placa solar, bateria e para raio.
- juntei a comunidade lá mas por causa do dinheiro, 10.000 reais, o povo não quis
vince:
- na medida que forma um grupo, barateia mais, porque faz a solução específica para aquele lugar.
- a gente de fora não tem como fazer essa avaliação
- mas você sabendo que precisa ligar pontos específicos, pode fazer em etapas mais baratas.
- por isso é importante que tenha um grupo interno
- teremos algumas frentes: parte elétrica, serralheria, computação, logística.
- poderíamos fazer uma apresentação da proposta para esses dias de trabalho
- ver quem pode se dedicar no que.
peetssa:
- a importância da mobilização do território kalunga como um todo
- exemplo: a torre de vão de almas custa 10.000 reais, pessoal no quis.
- só o equipamento solar que compramos foi 15.000 reais, para 4 torres.