Segunda, 24 de março às 11:00
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mexico(3)No dia 9 de dezembro de 2013 Yakiri Rubí Rubio Aupart, uma jovem lésbica de 20 anos e de origem indígena da Cidade do México, DF, reagiu a uma brutal violência: sequestro seguido de estupro e tentativa de assassinato, perpetrada pelos agressores Luis Omar y Miguel Ángel Ramírez Anaya. Yakiri conseguiu desarmar um dos agressores que empunhava a faca que era utilizada para ameaçá-la, subjulgá-la e torturá-la e com a mesma arma conseguiu desferir um golpe em um deles, que, em consequência, acabou morrendo.

Yakiri conseguiu fugir e procurou a delegacia de polícia. Quando chegou lá foi surpreendida com a presença de um dos estupradores que lhe acusava de matar seu comparsa. E qual foi a reação da polícia? Proceder a exames de corpo de delito para tentar iniciar um processo que pudesse levar a Yakiri uma sensação de justiça? Não. A polícia, um dos braços repressivos mais eficazes em incutir nos nossos corpos de mulheres, lésbicas e pessoas trans as normas do heteropatriarcado, achou por bem indiciar a Yakiri por homicídio qualificado.

Deu-se início a toda uma série de trâmites dos sistemas de burocracia jurídica misóginos e lesbófobicos que só fizeram repetir uma e outra vez a violência da qual Yakiri logrou sobreviver. No final, Yaki foi enviada à prisão por “uso excessivo de autodefesa” e de onde só saiu depois de 86 dias e sob uma fiança exorbitante de 430 mil pesos mexicanos (o equivalente a 5 mil salários mínimos), preço que lhe obrigaram a pagar para aguardar o julgamento em “liberdade”.

O sistema jurídico e repressivo nesse caso mais uma vez atuou como parte de uma grande engrenagem de castigo que se debruçou sobre Yakiri assim como se debruça sobre cada uma de nós que ousa sair do espaço de submissão a nós reservado. Yakiri se defendeu, conseguiu não ser morta e lutou contra o destino que lhe traçaram: do estupro como castigo por sapatão e insubmissa e do feminicídio como assassinato político. Para essa gigantesca forma de opressão e repressão nos defender do abuso, da invasão dos nossos corpos e da aniquilação política é abusivo. É abuso de legitima defesa. E nesse sentido perguntamos: pode a autodefesa ser abusiva?

Yakiri foi sequestrada e violada por agressores machistas. Depois foi sequestrada e violada pelo estado porque as prisões não são nada mais do que a institucionalização do sequestro e da violação, a materialização brutal de violências heteropatriarcais, racistas e classistas. Por isso dizemos que esse sistema de justiça não é o nosso. Nunca poderemos obter justiça de instituições cujo objetivo é nos manter dóceis e sob controle para que privilégios heteropatriarcais possam seguir existindo. Contra a agressão machista, autodefesa feminista!
Por todas as mulheres, lésbicas e pessoas trans que sucumbiram nas ensanguentadas mãos do heteropatriarcado e que pagaram com suas vidas, com seus sonhos, ou que foram encerradas detrás das grades das prisões. Por todas as que resistiram e por todas as que resistimos.

Dizemos mais uma vez:
Nenhuma agressão sem resposta!
Nem uma morta a mais!
Abaixo os muros de todas as prisões, tanto as físicas e como as simbólicas!

#YakiLibre
#YakiriLibre

Coletiva amazonas em fúria

Mais info:
yakilivre.noblogs.org/post/2014/03/19/y...

rizoma.milharal.org/2014/02/10/eu-teria...

03.19.2014 Manifesto Yaki Livre

Esta é uma tradução ao português do manifesto escrito pelas companheiras mexicanas que estão na luta pela liberdade de Yakiri. No momento de publicação do manifesto, 17 de fevereiro de 2014, em “La Hoguera”, Yaki ainda estava presa. Agora, aguarda o processo em “liberdade”,depois de pagar no ato 140 mil da fiança, que foi fixada em 423.800 pesos no dia 5 de março, 86 dias depois da sua prisão. O valor total da fiança corresponde a cinco mil vezes o salário mínimo e é o valor previsto em constituição cobrado em relação a homicídios sem atenuantes. Mais uma vez o uso de legitima defesa de Yakiri não está sendo considerado.

lahoguera.confabulando.org/?p=3394

Manifesto Yaki Livre

Liberdade para Yakiri

Se nos julgam por sobreviver, a justiça quer todas nós mortas!

No dia 9 de dezembro de 2013, em Doctores, bairro residencial da Cidade do México, os irmãos Luis Omar e Miguel Ángel Ramírez Anaya sequestraram Yakiri Rubí Rubio Aupart que estava indo encontrar a namorada. Ameaçam-na com uma faca, obrigam-na a montar na moto em que estão e levam-na contra a sua vontade ao hotel Alcázar. No quarto n° 27, Yakiri é insultada, golpeada e torturada sexualmente. Miguel Ángel Ramírez Anaya a estupra e, depois de tudo, tenta mata-la. Yaki consegue se defender, tomando a faca na mão de seu agressor.

Miguel Ángel Ramírez Anaya acaba gravemente ferido, foge em sua moto e morre pouco depois de sair do hotel.

Yakiri chega à agência 50 do Ministério Público, localizada na PGJDF (Procuradoria Geral de Justiça do Distrito Federal) e enquanto fazia a denúncia por estupro, sequestro, tortura e tentativa de homicídio, chega o outro agressor, Luis Omar Ramírez Anaya, e a acusa de assassinar seu irmão. Yakiri é imputada por homicídio qualificado. Levam-na à prisão sem notifica-la desconsiderando a veracidade de sua acusação, deixando ao agressor e cúmplice Luis Omar Ramírez Anaya livre e sem acusações. Duas denúncias e uma só detida: Yakiri.

No dia seguinte, o Procurador Geral de Justiça do DF, Rodolfo Ríos Garza, determinou iniciar um processo por homicídio qualificado, sem levar em conta o contexto de violência sexual em que se deu o óbito do agressor.

Por fim, Yakiri é levada à prisão de Santa Martha Acatitla onde ameaçam e batem nela. Transferem-na à prisão feminina de Tepepan, de onde só sai depois do pagamento de fiança.

Yakiri Rubi é privada de sua liberdade pelo juiz Santiago Ávila Negrón, titular do Juizado 68 Penal. Este juiz é réu em um processo aberto contra ele por assédio sexual a Betzabet Perea em 2011. Além disso, no ano 2004, foi reprovado no exame de atualização, no qual consta que Santiago Ávila Negrón apresenta “falta de técnica jurídica, omissão em notificar as partes, falta de motivação e incongruência em suas resoluções” (La Jornada, Segunda-feira, 16 de fevereiro de 2004).

Mexeu com uma mexeu com todas!!

A partir da Justiça Feminista sabemos que às mulheres historicamente foi imposta uma condição de obediência das normas patriarcais entre as quais se destaca a violência sexual como prerrogativa de domínio, melhor dizendo, o direito a invadir nossos corpos sem o NOSSO consentimento. É por isso que se castiga às mulheres quando nos defendemos, quando dizemos NÃO e reivindicamos a liberdade e a autonomia sobre nossos corpos.

Sabemos que existe uma cumplicidade evidente dentre os agressores sexuais e as instituições encarregadas de conceder justiça, que costumam proteger estupradores e feminicidas e criminalizar as mulheres ainda que se trate de situações evidentes de LEGÍTIMA DEFESA, como é o caso de Yakiri. Yakiri hoje está viva, lutou por sua vida e por sua liberdade. Nós a queremos do nosso lado e não nos esquecemos de todas as mortas por feminicídios daqui, de outras partes, de todo o mundo.

A liberdade de Yakiri significa a garantia da possibilidade de que todas as mulheres possamos decidir livremente sobre nossas vidas, de defender nossos corpos de toda a agressão. Por isso afirmamos que frente à qualquer agressão contra nossos corpos a defesa é legítima!

Frente à violência machista, autodefesa feminista. YAKIRI: LIBERDADE

#yakilibre
#yakirilibre
#euteriafeitoomesmo
#justiciaparayakiri
#yohubierahecholomismo

Me llegó un correo para ayudar económicamente el caso, reenvío el texto:

El Miércoles 5 de marzo de 2014 17:12, * escribió:

Estimadas amigas,
Les mando este correo para solidarizarnos con nuestras amigas mexicanas y con Yakiri:
Hace varios meses una joven del DF la secuestraron y vivió violencia sexual por dos hombres, fue encarcelada por defenderse. Varias agrupaciones feministas, amigas complices, su mama y papa, han estado en una lucha constante para recuperar a Yakiri y que se haga justicia. El día de ayer se logró su liberación bajo fianza, es necesario pagarla por lo que se inició una campaña para recaudar fondos.

Aquí abajo les mando las palabras de Karina Vergara, Lunafeminista del DF…
Si tienen la oportunidad y depositar alguna ayuda, servirá! y si desean buscar más información pueden buscar en el internet #YakiriLibre

Pueden ir a cualquier banco y con los números abajo y esta dirección:
16 DE SEPTIEMBRE # 57, CENTRO,
CUAUHTEMOC
Código postal 6000
DISTRITO FEDERAL

Un abrazo feminista…
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Dos hombres secuestraron y violaron a Yakiri, una joven mujer en el hotel Alcazar de la colonia Doctores, Mientras uno de los agresores salió de la habitación, el otro intentó asesinarla, ella se defendió y lo hirió. El agresor salió corriendo. La mujer pidió auxilio a la policía, pero no contaba con que sus agresores eran vecinos y trabajadores ocasionales de la PGJDF, por lo que “casualmente” mientras estaba solicitando se tomara su denuncia por violación, llegó el segundo agresor y la señaló como asesina de su hermano, quien había muerto desangrado. La policía la desoye, no le permite realizar su denuncia por violación ni aplica los protocolos necesarios en esos casos y da todo su apoyo al agresor. Para hundirla caen en innumerables irregularidades, incluso montan un aparato mediático en donde dicen que Yakiri mató su novio por celos. No contaban con dos cosas: Yakiri es lesbiana y por lo tanto no tenía una relación ni podía ser cierto el móvil de asesinato que intentaban crear y, tampoco contaban con que la madre y padre de Yakiri no se quedarían callados e hicieron un gran trabajo mediático en busca de justicia y libertad para su hija. El “delito” de Yakiri se ha reclasificado a “Exceso de legítima defensa”, por lo cual es posible liberarla bajo fianza. Todavía no se ha logrado justicia para Yaki, pero al menos es posible ponerla en libertad. Para eso hace falta dinero, colaboremos para reunir el costo de la fianza.
Colaboremos para combatir una de tantas injusticias que ocurren en nuestro país. La cuenta de la mamá de Yakiri es:
CUENTA BANORTE
A NOMBRE DE MARINA BELTRAN GARCÍA
CTA. 4915664393478283
CLABE INTERBANCARIA: 072180006839595052