Português

Dossiê sobre a compa Curda, Zeynep, presa no Irã.
Tradução: Comitê solidário aos povos do Curdistão-RS.

Sobre a situação e estado de saúde da prisioneira política em Kirmanshah/Irã, Zeynep Celaliyan, Fevereiro de 2015.

Comunicado de CENI – Oficina de mulheres curdas pela Paz

Levantem suas vozes contra as políticas desumanas do regime iraniano!

Liberdade para todos e todas as prisioneiras políticas no Irã!

Condenamos as políticas desumanas do governo iraniano para os e as prisioneiras políticas curdas do Partido por uma Vida Livre (PJAK). Nós condenamos com toda nossa força o tratamento cruel realizado contra as mulheres prisioneiras políticas curdas, como Zeynep Celaliyan e todos os outros prisioneiros políticos que estão em uma situação similar. As políticas do regime iraniano destroem e eliminam todos os direitos humanos e os valores democráticos, e a todos e todas aquelas que querem continuar a lutar por esses valores.

O governo iraniano sistematicamente recorre às execuções como método de intimidação e castigo aqueles que estão comprometidos com os direitos democráticos e de liberdade. Desde a tortura, as sentenças de morte e execuções, o regime tenta erradicar indivíduos e grupos dentro da sociedade que resistem àquelas praticas tão desumanas e antidemocráticas. Como o regime busca destruir a dignidade das e dos prisioneiros por todos os meios, a crueldade e a natureza dos métodos de tortura nas prisões e o número de execuções têm aumentado alarmantemente.

Devido às condições desumanas e a tortura sofrida na prisão, recentemente, em novembro de 2014, 30 prisioneiros e prisioneiras políticas curdas realizaram uma greve de fome que durou 36 dias. Essa greve de fome chegou a chamar a atenção internacionalmente, e, mais uma vez, demonstrou novamente o cruel e desumano regime iraniano. Enquanto Oficina de Mulheres Curdas pela Paz (CENI,chamamos à solidariedade com a resistência das e dos prisioneiros políticos no Irã e pedimos explicitamente às organizações de direitos humanos e de mulheres que permaneçam em solidariedade conosco.

Mais preocupante ainda tem sido o aumento da violência e repressão contra as mulheres ativistas por parte do regime. Táticas muito conhecidas utilizadas contra as mulheres ativistas são a lapidação e a violação de mulheres a serem executadas. Esta tática é deliberadamente utilizada para envergonhar, desumanizar, brutalizar, e, aos olhos do religioso, destruir sua honra, para que desta maneira evitar que elas alcancem o “céu”. Em outras palavras, é ilegal executar virgens na República do Irã, então os guardas republicanos violam as detentas antes de executá-las.

Esse nível de brutalidade deliberada mesclado com a misoginia de Estado é uma política desumana. Sirin Elemhuli que foi executada em 9 de março de 2009 foi a segunda prisioneira política curda mulher a ser condenada a morte depois de Leyla Qasim em 1974. Reyhaneh Jabbari também foi executada em 2014 por ter se defendido, e no processo, matado seu estuprador. Mais recentemente, outra jovem mulher foi executada pelo uso de drogas.

Do mesmo modo, Zeynep Celaliyan foi presa em Kermanshah em 2008. Em um julgamento que foi uma farsa, que durou apenas poucos minutos e que não havia nenhum tipo de documentação legal e nem provas, sem a presença de um advogado Zeynep foi condenada a morte. Depois do clamor internacional e o ativismo das organizações de direitos humanos Curdas e internacionais, sua pena foi substituída para a de viver para sempre na prisão. Devido às intensas e prolongadas sessões de tortura que sofreu, a saúde de Zeynep Celaliyan está em condições críticas. Embora existam riscos agudos de cegueira, sangramentos internos, problemas intestinais e digestivos, é negado a ela todo tipo de tratamento médico.

Zeynep Celaliyan é um exemplo para todas as mulheres que, apesar de tão desumanas condições, não se rendem e se mantém leais às suas lutas pela libertação.

Como CENI – Oficina de Mulheres Curdas pela Paz e Representação Internacional do Movimento de Mulheres Curdas, chamamos todas as mulheres a participarem da nossa campanha pela liberdade de Zeynep Celaliyan.

A prisão de Zeynep Celaliyan e sua situação de saúde

Zeynep Celaliyan, uma mulher prisioneira política curda nascida em 1982 em Maku, cidade do Curdistão do Leste/Irã: Celaliyan é uma ativista política curda que dedicou sua vida aos direitos das mulheres e a participação das mulheres curdas na política. Ela estava especialmente comprometida em educar as mulheres jovens e mulheres politicamente, em um esforço por desafiar o sistema patriarcal e de dominação masculina nessa região. No momento de sua prisão, ela residia em Basur (Sur), parte do Iraque dominada por curdos. No entanto, Celaliyan costumava viajar pela fronteira até Rojhilat (Região curda do Irã), onde ela animava e desafiava mulheres a ganhar auto-consciência e a lutar pelos seus direitos. Seus esforços estavam profundamente centratos em desafiar o sexismo dentro da sociedade, não apenas por parte das mulheres curdas, mas sim por parte de todas as mulheres com as quais ela entrava em contato.

Em março de 2008, ela foi presa por oficiais do serviço secreto na cidade curda de Kermanshah, no nordeste do Irã. Ela foi posteriormente levada ao centro de detenção do Ministério de Inteligência em Kermanshah, também conhecido como a prisão de “Plaza Naft”. Ela foi mantida em custódia por investigação por mais de nove meses sem um julgamento, sem acesso a uma representação legal. Durante esse tempo a submeteram a severas torturas nas mãos dos agentes do serviço secreto, que desde então deixaram nela sofrimentos e padecimentos prolongados, incluindo sangramentos intestinais.

O Tribunal Revolucionário de Kermanshah finalmente conduziu um breve julgamento em 2009, sem nenhuma representação legal, nem investigação apropriada, no qual só durou poucos minutos. Zeynep foi acusada de “Moharebeh” (Inimiga de Deus) de acordo com a lei Islâmica. Baseada na escassa informação apresentada, o Supremo Tribunal de Teheráh confirmou a condenação à morte imposta a Zeynep Celaliyan em dezembro de 2009. No entanto, a acusação contra ela de ser “Moharebeh” foi imposta por ser supostamente membra do Partido por uma Vida Livre do Curdistão (PJAK) do movimento de libertação curdo. A República Islâmica utiliza esses termos para condenar as pessoas por atuar contra os interesses do regime ou por outros supostos “crimes” que de outra forma seria muito difícil dar a eles uma classificação legal para acusa-los.

À Zeynep Celaliyan se negou direitos básicos legais como a garantia de um julgamento justo e representação legal. A ela não se concedeu uma escuta justa ou imparcial, e se negou a oportunidade de examinar testemunhos contra ela ou de ter testemunhos a seu favor. A ela não foi oferecido nenhum advogado, nem processo de defesa apropriada durante seu breve julgamento. Além disso, ela foi continuamente submetida a brutais torturas e a violação de seus direitos básicos em cativeiro, como tendo deliberadamente negado o necessário tratamento médico.

Zeynep Celaliyan escreveu uma carta enviada às organizações de direitos humanos (a tradução para o inglês é de 26 de novembro de 2009):

“Eu sou uma mulher curda de vinte e sete anos que foi condenada a morte pela autoridade judicial do Irã por minhas atividades políticas. Logo que me deram a condenação a morte no ano passado, eu recorri a decisão, e meu caso foi revisado pelo Supremo Tribunal do Irã. No entanto, o Supremo Tribunal manteve a decisão do Tribunal de Primeira Instância e a condenação à morte.

Durante minha prisão, tenho estado em constante tortura e humilhação. Meu julgamento foi estruturado sem me fornecerem nenhuma representação legal, e depois de poucos minutos eu estava condenada a morte. Não me permitiram, nem me permitem agora ter um advogado. Meu caso e meu julgamento duraram apenas breves minutos. A Corte disse que eu era uma “Inimiga de Deus”, e que todos os inimigos de Deus merecem ser enforcados e executados. Todos os juízes entre os que estavam em meu julgamento votaram pela minha execução.

Eu perguntei à corte se podería ao menos dizer adeus à minha mãe. O juiz me silenciou e rejeitou meu pedido para ver minha mãe. Como não posso defender a mim mesma, eu os peço, a todas as advogadas, advogados, ativistas de direitos humanos e movimentos de mulheres para fazer campanha a meu favor e me apoiar. Necessito da sua ajuda.
Zeynep Celaliyan."

Mais preocupante tem sido a falta de informação sobre a situação, seguridade, bem-estar e lugar de encarceramento de Celaliyan. Por exemplo, ela foi transferida da prisão de Dizel-Abad em Kermanshah à Seção 209 da notável Prisão Evin em Teerã sem que as pessoas relevantes sejam informadas, incluindo sua família e as organizações de direitos humanos envolvidos no caso. Quando Celaliyan foi transferida para a Prisão Evin, foi vários meses depois (em março de 2010) que sua localização foi revelada a seus amigos e simpatizantes. Mais preocupante, a Seção 209 da Prisão Evin é especificamente reservada para prisioneiros políticos, e está inteiramente sob a autoridade e controle dos serviços secretos e funcionários da inteligência. Um dia comum e corrente dentro da Seção 209 é de severas torturas físicas e psicológicas aos prisioneiros, incluindo confinamento solitário e extensos interrogatórios, práticas consideradas ilegais pelas leis internacionais. Como resultado desses tratamentos desumanos, Zeynep Celaliyan forçada a participar de uma confissão televisionada.

Durante esse período, Zeynep estava sob constantes ameaças de execução e outras formas de pressão. Sua inesperada transferência, na qual nem sua família nem amigos estavam conscientes nem informados a respeito, provocou sérias preocupações enquanto a sua seguridade e bem-estar. Mais alarmes foram ativados quando pouco depois de informados do seu lugar de detenção, quatro companheiros prisioneiros curdos da Prisão Evin, também acusados por ter cooperado com a PJAK, foram executados em 9 de maio de 2010. Depois de mais de cinco meses na Prisão Evin enfrentando torturas diárias, e depois de uma reunião com o Fiscal de Teerã, Celaliyan foi finalmente transferida novamente à Prisão de Kermanshah, para alivio de seus amigos e familiares. Devido a insistente pressão pública das organizações de direitos humanos curdas e ocidentais, a Suprema Corte do Irã reduziu a pena de morte de Zeynep pela condenação perpétua, no final de 2011.

Celaliyan é atualmente mantida no pavilhão de mulheres na prisão de Dizel-Abad em Kermanshah, onde o estado de sua saúde se deteriora rapidamente. A partir da negação ao acesso dos tratamentos médicos que necessita, grupos de direitos humanos envolvidos com o caso temem que o objetivo do regime era terminar com a pena de morte apenas para leva-la, eventualmente, à morte como resultado dos tratamentos recebidos e às condições desumanas que sofre na prisão.

As advogadas e advogados de Zeynep estão, atualmente, também sob sérias pressões para que não dêem nenhum tipo de declaração pública sobre as condições e o tratamento sob as quais sofre Zeynep, no qual é muitas vezes utilizado como tática pelo regime iraniano. À família de Zeynep tem sido consistentemente impedida a possibilidade de ter acesso a prisão e de visitá-la. Esse processo tem sido ainda pior também devido a grande distância entre a família de Zeynep e a localização da prisão. À sua família também tem sido impedido prover medicamentos básicos para melhorar sua condição. No entanto, aspectos de seus sofrimentos e pesares, incluída sua reduzida visão, poderíam ainda ser tratadas com o cuidado apropriado e mediante cirurgia. Até então, à Zeyneb tem sido negado todos os tratamentos que necessita como uma política deliberada projetada para realizar a sentença de morte original do regime iraniano como castigo contra as ativistas políticas curdas.

Carta Aberta de KJAR – Associação de Mulheres Livres do Curdistão Oriental

Queridas participantes da Conferência de Mulheres do Oriente Médio,

Durante todo o curso da história, o sistema de exploração colonial da modernidade capitalista tem buscado escravizar mulheres, crianças e a sociedade mediante a violência, o sexismo, o fundamentalismo religioso e o nacionalismo para garantir mais ganhos e manter seu poder. Contra esses Estados exploradores levantaram, nas nações exploradas, incontáveis resistências e insurreições. Ao longo dessas lutas históricas contra a injustiça e a desigualdade, as mulheres desempenharam consistentemente um papel subversivo significativo. Na história do Curdistão Oriental e Irã também as mulheres têm atuado como revolucionárias na luta pela liberdade.

As mulheres que resistem contra as práticas de opressão têm estado presente em numerosas vezes na luta de libertação do Curdistão. Atualmente, centenas de ativistas curdas se encontram em prisões ou exiladas. Apesar dessas duras circunstâncias, essas mulheres têm permanecido leais a seus objetivos revolucionários. Em 2008, por exemplo, uma revolucionária curda Sirin Elemhuli foi presa pelo Estado iraniano. Por mais de dois anos, ela foi submetida a brutais torturas e tratamentos desumanos. Ela foi, como muitas outras mulheres, detida pelo regime, privada de seu direito a uma defesa e um julgamento justo. Ela foi condenada a morte e executada em 9 de maio de 2010 na notável Prisão Evin. Hoje em dia, centenas de mulheres, como Sirin Elemhuli, que se recusaram a renunciar seus objetivos revolucionáros, permanecem encarceradas. Zeynep Celaliyan segue sendo uma dessas mulheres, presa em 2008, devido o seu compromisso com os movimentos de mulheres e com o povo curdo. Depois de ser condenada a morte, sua sentença foi reduzida a prisão perpétua. Por mais de 7 anos, Zeynep tem sofrido torturas. Contra esses tratamentos, ela repedidamente tem feito greves de fome.

Em uma carta, Zeynep Celaliyan declarou:

“Meu nome é Zeynep Celaliyan. Eu sou da cidade de Mako. Sou uma mulher curda de 31 anos de idade sob presídio político. Minha condenação a morte foi confirmada pela Corte Revolucionária Iraniana. Devido a severas torturas durante meu encarceramento, agora sofro de vários problemas de saúde e enfermidades crônicas. A situação da minha saúde, assim como minhas condições de vida, são extremamente insuportáveis. Quando fui condenada a morte, não permitiram a mim ter um advogado, e o julgamento durou uns poucos minutos.

A mim disseram simplesmente que “tu é uma inimiga de Deus. Este é o porquê de deveres ser executada”. Pedi ao fiscal que me permitisse ver minha mãe pela última vez antes da minha execução. Meu pedido foi negado. Me disseram para ficar em silêncio e calar a boca. Mais tarde, a condenação à morte foi alterada para a perpétua. Mas desde então, tenho sido submetida a severas e incontáveis torturas, o que me levou a entrar em greve de fome repetidas vezes como protesto a essa situação. Essas cruéis e brutais torturas me têm deixado sofrendo de diversos e sérios problemas de saúde.

Além disso, devido aos golpes na cabeça durante as torturas, sofro de insuportáveis dores de cabeça. Perdi a vista de um olho, enquanto estou lentamente perdendo a vista do outro. Também estou sofrendo de fortes dores em meus rins, e devido à pressão psicológica e as continuas greves de fome meus problemas digestivos estão piorando rapidamente. “A combinação desses problemas de saúde causam excessivas dores e sofrimentos.”

Apesar de todas essas questões de saúde documentadas, incluindo a rápida perda de visão, dos problemas nos rins e digestivos resultantes da experimentação das mais severas torturas, à Zeynep se há negado o acesso ao tratamento médico e a assistência. As autoridades da Prisão de Kermanshah tem constantemente negado todo o tratamento médico como os exames físicos, apesar dos sérios problemas de saúde.

Necessitamos assinalar essa realidade no seguinte modo: Apesar do trato cruel e desumano que ela sofreu na prisão, Zeynep Celaliyan se tem mantido firme e inabalavelmente leal aos seus objetivos humanitários, à sua ideologia e particularmente à luta pelos direitos das mulheres. As autoridades do Estado e da prisão têm tentando repetidas vezes, pela força e pressionando, que Zeynep renuncie a sua posição política e demonstre seu arrependimento. Essas pressões e violações aos direitos humanos têm fracassado nos seus objetivos, e Zeynep mantém firme sua resistência apesar dessas circunstâncias tão desvantajosas. O regime iraniano, como forma de maior deslegitimação do papel político e identidade de Zeynep, tem negado vê-la como uma prisioneira política, portanto impuseram a ordem religiosa de “inimiga de Deus” como sua sentença.

Até hoje não há evidências para a condenação contra Zeyneo Celaliyan. Não há evidências que a incriminem por ter participado de atividades militares nem armadas, e as acusações contra ela não têm nenhuma base jurídica. Apesar de ser signatário da Convenção de Direitos Humanos, Irã continua dando um tratamento desumano e sem apego aos mais básicos direitos humanos às e aos prisioneiros políticos. Inclusive, o regime continua negando o direito à defesa das e dos detentos, impondo severas torturas, castigos injustos e extrajudiciais, isolamento do mundo exterior, retenções deliberadas da informação e negação das visitas por parte das famílias e advogados, atos que são todos violadores da Convenção de Direitos Humanos.

Fazemos um chamado a todas participantes da Conferência de Mulheres do Oriente Médio, pessoas, organizações de mulheres, fundações e movimentos, e ativistas de direitos humanos para apoiar a causa de Zeynep Celaliyan. Mais importante, é essencial que o regime iraniano seja pressionado para fornecer tratamento médico imediato para salvar a vida de Zeynep e de outras e outros que sofrem de uma situação similar. E isso requer ativismo e pressão imediata de todas e todos que estão conscientes do caso de Zeynep. Nós esperamos que para a liberdade de Zeynep Celaliyan e outras prisioneiras políticas que sofrem de situações similares, os participantes dessa conferência adotaram a decisão coletiva de começar uma luta comum. Nós pedimos que, para a liberação das prisioneiras e prisioneiros do Irã que enfrentam execuções e todas e todos aqueles que são submetidos a severas torturas, uma luta comum é uma luta pela paz, pelo tratamento humano e métodos correspondentes e práticas legais que se encontram explicidamente nas convenções internacionais.

(KJAR – Associação de Mulheres Livres do Curdistão Oriental)

Nós precisamos de tratamento médico imediato para Zeynep Celaliyan, assim como sua libertação e a libertação de todos e todas as prisioneiras políticas.

Assassinato, prisão e tortura de ativistas de direitos humanos é algo que acontece cotidianamente dentro do regime iraniano. Semelhantes políticas são respostas inaceitáveis, condenadas por todas as organizações de direitos humanos e pelas convenções internacionais. Esses tratamentos desumanos são planejados para conseguir silêncio e prevenir que as ativistas políticas levantem suas demandas de reforma política em pró da democracia e direitos das mulheres. No entanto, esse tipo de política não tem conseguido, nem conseguirá fazer retroceder àquelas que creem nos direitos humanos e na democracia de poder falar. Apesar da certeza de enfrentar severas torturas, encarceramentos e penas de morte, essas políticas não nos impedirão de mantermos em luta por nossos direitos como mulheres, nossas demandas de direitos para as mulheres e a coexistência democrática de diversos grupos etno-religiosos não são negociáveis.

As mulheres que enfrentam e resistem a regimes opressivos e práticas desumanas se convertem em símbolos de resistência, por isso que são brutalmente silenciadas. Como Zeynep Celaliyan nos tem mostrado, apesar da extensa e brutal tortura diária, ela se tem mantido inflexivelmente persistindo em sua postura por uma vida digna enquanto mulher curda. Sua resistência e força inflexível diante das tremendas injustiças insuportáveis, serve para fortalecer nossa vontade coletiva de resistir às políticas desumanas do regime iraniano; e de resistir e lutar por um sistema democrático na qual a liberdade de ativistas como Zeynep Celaliyan e outras prisioneiras políticas seja possível.

Nós fazemos um chamado de urgência ao Comitê de Prevenção à Tortura (CPT), à União Europeia, às Nações Unidas, a todas as instituições internacionais, as forças democráticas, as e os ativistas de direitos humanos, aos meios de comunicação e opinião pública para fazer pressão diplomática direta. É também essencial organizar uma delegação internacional de especialistas para visitar Zeynep Celaliyan com o propósito de prover acesso imediato aos tratamentos médicos que necessita para salvar sua vida.

Nós chamamos à comunidade internacional a exercer pressão e falar ativamente contra o regime iraniano para que pare suas políticas desumanas contra as e os prisioneiros políticos. É essencial que as organizações de direitos humanos nos mantenham firme em solidariedade e luta conjunta para liberar as e os prisioneiros políticos, e assim fazer nossa contribuição aos valores democráticos e aos direitos humanos.

Espanhol

DOSSIER DE INFORMACIÓN

Sobre la situación y estado
de la salud de
prisionera política en Kirmanshah/Irán
Zeynep Celaliyan
febrero de 2015

Cenî
Oficina de Mujeres Kurdas por la Paz
Postfach 101805
D- 40009 Düsseldorf, Deustchland (Alemania)
Email: ceni_frauen@gmx.de
phone: 0049-211 5989251

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CONTENIDOS
Comunicado de CENÎ – Oficina de Mujeres Kurdas por la Paz 3
El presidio de Zeynep Celaliyan y la situación de su salud 4
Carta Abierta de KJAR – Asociación de Mujeres Libres del Kurdistán Oriental 8
Demandas Urgentes 10
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Comunicado de CENÎ – Oficina de Mujeres Kurdas por la Paz
¡Levanten sus voces contra las políticas inhumanas del Régimen Iraní!
¡Libertad para todos y todas las prisioneras políticas en Irán!
Condenamos las políticas inhumanas del gobierno iraní hacia los y las prisioneras
políticas kurdas del Partido por una Vida Libre (PJAK). Nosotras condenamos con toda
nuestra fuerza el trato cruel llevado a cabo contra las mujeres prisioneras políticas kurdas,
como Zeynep Celaliyan y todos los otros prisioneros políticos que están en una posición
similar. Las políticas del régimen iraní destruyen y eliminan todos los derechos humanos
y los valores democráticos, y a todos y todas aquellos quienes desean mantenerse en lucha
por estos valores.
El gobierno iraní sistemáticamente recurre a las ejecuciones como método de
intimidación y castigo a aquellos quienes se han comprometido con los derechos
democráticos y la libertad. Desde la tortura, las sentencias de muerte y ejecuciones, el
régimen intenta erradicar individuos y grupos dentro de la sociedad que resisten aquellas
prácticas tan inhumanas y antidemocráticas. Como el régimen busca destruir la dignidad
de las y los prisioneros por todos los medios, la crueldad y la naturaleza de los métodos de
tortura, los encerramientos y el número de ejecuciones se han incrementado
alarmantemente.
Debido a las condiciones inhumanas y la tortura sufrida en prisión, recientemente, en
Noviembre de 2014, 30 prisioneros y prisioneras políticas kurdas sostuvieron una huelga
de hambre la cual se sostuvo durante 36 días. Esta huelga de hambre alcanzó a llamar la
atención internacionalmente y, una vez más, demostró nuevamente lo cruel e inhumano
del régimen iraní. En tanto Oficina de Mujeres Kurdas por la Paz (CENÎ), llamamos a la
solidaridad con la resistencia de las y los prisioneros políticos en Irán y pedimos
explícitamente a las organizaciones de derechos humanos y de mujeres que se mantengan
en solidaridad con nosotras.
Más preocupante aún ha sido el aumento alarmante de la violencia y represión contra las
mujeres activistas por parte del régimen. Tácticas muy conocidas utilizadas contra las
mujeres activistas son la lapidación y la violación previa a que las mujeres sean ejecutadas.
Esta táctica es deliberadamente utilizada para avergonzar, deshumanizar, brutalizar, y, a
ojos de lo religioso, destruir su honor, para de esta manera evitarles a ellas alcanzar los
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‘cielos’. En otras palabras, es ilegal ejecutar vírgenes en la República de Irán, entonces los
guardias republicanos violan a las detenidas antes de ejecutarlas.
Este nivel de brutalidad deliberada mezclada con la misógina de Estado es una política
inhumana y ya planificada deliberadamente y persistente del régimen contra las activistas
mujeres. Şirin Elemhuli quien fue ejecutada el 9 de Mayo de 2009, fue la segunda
prisionera política kurda mujer en ser condenada a muerte después de Leyla Qasim en
1974. Reyhaneh Jabbari también fue ejecutada en 2014 porque ella se había defendido, y
en el proceso había matado a su violador. Más recientemente, otra joven mujer fue
ejecutada por el uso de drogas.
Del mismo modo, Zeynep Celaliyan fue arrestada en Kermanshah en 2008. En un juicio
que fue una farsa, que duró sólo unos pocos minutos y en el que no hubo ningún tipo de
documentación legal ni evidencia, sin la presencia de ningún abogado, Zeynep fue
condenada a muerte. Luego del clamor internacional y el activismo de las organizaciones
de derechos humanos kurdas e internacionales, su pena de muerte fue conmutada por la
condena a vivir para siempre en prisión. Debido a las intensas y prolongadas sesiones de
tortura ella ha sufrido con posterioridad, la salud de Zeynep Celaliyan está en
condiciones críticas. Aunque existen los riesgos agudos de ceguera, sangrados internos,
problemas intestinales y digestivos, a ella se le deniega todo tipo de tratamiento médico.
Zeynep Celaliyan es un ejemplo para todas las mujeres quienes, a pesar de tan inhumanas
condiciones, no se rinden y se mantienen leales a sus luchas por la liberación.
Como CENÎ –Oficina de Mujeres Kurdas por la Paz- y la Representación Internacional
del Movimiento de Mujeres Kurdas, llamamos a todas las mujeres a involucrarse en
nuestra campaña por la libertad de Zeynep Celaliyan.
El presidio de Zeynep Celaliyan y la situación de su salud
Zeynep Celaliyan, una mujer prisionera política kurda nacida en 1982 en Maku, ciudad
de Kurdistán del Este/Irán: Celaliyan es una activista política kurda que dedicó su vida a
los derechos de las mujeres y la participación de las mujeres kurdas en política. Ella
estaba especialmente comprometida en educar a mujeres jóvenes y mujeres políticamente,
en un esfuerzo por desafiar el sistema patriarcal y de dominación masculina en esta
región. Al momento de su arresto, ella residía en Basur (Sur), partes de Iraq dominadas
5
por kurdos. Sin embargo, Celaliyan solía viajar através de la frontera a Rojhilat (Oriente/
las regiones kurdas de Irán), donde ella entusiasmaba a las mujeres a ganar autoconciencia
y a levantarse por sus derechos. Sus esfuerzos estaban profundamente
centrados en desafiar el sexismo al interior de la sociedad, no sólo por parte de las
mujeres kurdas sino por parte de todas las mujeres con las cuales ella entraba en contacto.
En Marzo de 2008, ella fue arrestada por oficiales del servicio secreto en la ciudad kurda
de Kermanshah, al Noreste de Irán. Ella fue posteriormente llevada al centro de
detención del Ministerio de Inteligencia en Kermanshah, también conocido como la
prisión de ‘Plaza Naft’. Ella fue mantenida en custodia por investigación por más de
nueve meses sin un juicio, ni poder acceder a una representación legal. Durante este
tiempo la sometieron a severas torturas a manos de los agentes del servicio secreto, que
desde entonces le dejaron a ella sufrimientos y padecimientos prolongados incluyendo
sangrados intestinales.
La Corte Revolucionaria de Kermanshah finalmente condujo un muy breve juicio a
principios de 2009, sin ninguna representación legal ni investigación apropiada, el cual
sólo duró unos pocos minutos. Zeynep fue acusada como “Moharebeh” (Enemiga de Dios)
de acuerdo a la Ley Islámica. Basada en la escasa información presentada, la Suprema
Corte de Teherán confirmó la condena a muerte impuesta a Zeynep Celaliyan en
Diciembre de 2009. Sin embargo, el cargo contra ella de ser “Moharebeh” le fue impuesto
tan sólo por ser presunta miembro del Partido por una Vida Libre de Kurdistán (PJAK)
del movimiento de liberación kurdo. La República Islámica utiliza estos términos para
condenar a la gente por actuar contra los intereses del régimen o por otros supuestos
‘crímenes’ que de otro modo resultaría muy difícil darles una etiqueta legal para tratarlos.
A Zeynep Celaliyan se le negaron sus derechos básicos legales como la garantía de un
juicio justo y representación legal. A ella no se le concedió una audición justa o imparcial,
y se le negó la oportunidad de examinar testigos contra ella o de tener testigos a su favor.
A ella no se le proveyó ningún abogado ni proceso de defensa apropiada durante su muy
breve juicio. Además, ella fue continuamente sometida a brutales torturas y la violación
de sus derechos básicos en cautiverio, como el haberle deliberadamente negado el
necesario tratamiento médico.
Zeynep Celaliyan escribió una carta enviada a las organizaciones de derechos humanos
(la traducción al inglés está fechada el 26 de Noviembre de 2009):
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“Yo soy una mujer kurda de veintisiete años que ha sido condenada a muerte por la
autoridad Judicial Iraní por mis actividades políticas. Luego de que me dieran la condena a
muerte el año pasado, yo apelé la decisión, y mi caso fue revisado por la Suprema Corte
Iraní. Sin embargo, la Suprema Corte sustentó la decisión del Tribunal de Primera
Instancia y la condena a muerte.
Durante mi encierro, he estado bajo constante tortura y humillación. Mi juicio fue
orquestado sin proveerme de ninguna representación legal, y luego de unos pocos minutos
yo estaba condenada a muerte. No me permitieron, ni me permiten ahora tener un
abogado. Mi caso y mi juicio duraron apenas unos breves minutos. A la Corte se le dijo que
yo era una “Enemiga de Dios”, y que todos esos enemigos de Dios merecen ser ahorcados y
ejecutados. Todos los jueces de entre los que estaban en mi juicio votaron por mi ejecución.
Yo le pregunté a la corte si podía al menos decirle adiós a mi madre. El Juez me silenció y
rechazó mi pedido para ver a mi madre. Como no puedo defenderme a mí misma, yo les
pido a todas las abogadas y abogados y activistas de derechos humanos y movimientos de
mujeres a hacer una campaña a mi favor y apoyarme. Necesito vuestra ayuda. Zeynep
Celaliyan”
Más preocupante ha sido la falta de información sobre la situación, seguridad, bienestar y
lugar de encarcelamiento de Celaliyan. Por ejemplo, ella fue transferida de la prisión de
Dizel-Abad en Kermanshah a la Sección 209 de la notoria Prisión Evin en Teherán sin
que las personas relevantes sean informadas, incluída su familia y las organizaciones de
derechos humanos involucradas en su caso. Cuando Celaliyan fue trasladada a la Prisión
Evin, fue varios meses después (en Marzo de 2010) que su ubicación fue revelada a sus
amigos y simpatizantes. Más preocupante, la Sección 209 de la Prisión Evin es
específicamente reservada para prisioneros políticos, y está enteramente bajo la autoridad
y control de los servicios secretos y funcionarios de inteligencia. Un día común y
corriente dentro de la Sección 209 es de severas torturas físicas y psicológicas a los
prisioneros, incluyendo confinamiento solitario y extensos interrogatorios, prácticas
consideradas ilegales por las leyes internacionales. Como resultado de esos tratos
inhumanos, Zeynep Celaliyan fue puesta bajo fuerza a participar en una involuntaria
confesión televisada.
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Durante este período, Zeynep estaba bajo constantes amenazas de ejecución y otras
formas de presión. Su inesperada reubicación, de la cual su familia ni amigos estaban al
corriente ni informados al respecto, provocó serias preocupaciones en cuanto a su
seguridad y bienestar. Más alarmas fueron activadas cuando poco después de ser
conscientes de su lugar de detención, cuatro compañeros prisioneros políticos kurdos de
la Prisión Evin, también acusados de haber cooperado con el PJAK, fueron ejecutados el 9
de Mayo de 2010. Después de más de cinco meses de estar en la Prisión Evin enfrentando
torturas diarias, y luego de una reunión con el Fiscal de Teherán, Celaliyan fue
finalmente trasladada nuevamente a la Prisión de Kermanshah; para alivio de sus
familiares y amigos. Debido a la exitosa presión pública de las organizaciones de derechos
humanos kurdas y occidentales, la Suprema Corte de Irán redujo la condena a muerte de
Zeynep por la condena perpetua, a finales de 2011.
Celaliyan es actualmente mantenida en el pabellón de mujeres en la Prisión de Dizel-
Abad en Kermanshah, donde el estado de su salud se deteriora rápidamente. A partir de
la negación a que pueda acceder a los tratamientos médicos que necesita, grupos de
derechos humanos involucrados en el caso ahora tenemen que el objetivo del régimen era
dar de baja su condena a muerte, tan sólo para llevarla hacia la muerte eventualmente
como resultado de los tratos recibidos y las condiciones inhumanas que sufre en la
prisión.
Las abogadas y abogados de Zeynep están también actualmente bajo serias presiones para
que no den ningún tipo de declaraciones públicas sobre las condiciones y trato bajo las
cuales sufre prisión Zeynep, lo cual es muchas veces utilizado como táctica por el régimen
iraní. A la familia de Zeynep le ha sido consistentemente impedida la posibilidad de de
tener acceso a la prisión y de visitarla. Este proceso ha sido todo lo peor también debido a
la larga distancia entre la familia de Zeyneb y la ubicación de la prisión. A su familia
también le ha sido impedido proveerle medicamentos básicos para mejorar su condición.
Sin embargo, aspectos de sus sufrimientos y pesares, incluída su reducida visión, podrían
aun ser tratadas con el cuidado apropiado y mediante cirujía. Aún, hasta esta fecha, a
Zeyneb se le han negado todos los tratamientos que necesita como una política deliberada
diseñada para llevar a cabo la sentencia de muerte original del régimen iraní como castigo
contra las activistas políticas kurdas.
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Carta Abierta de KJAR–Asociación de Mujeres Libres del Kurdistán Oriental
Queridas participantes de la Conferencia de Mujeres de Oriente Medio,
Durante todo el curso de la historia, el sistema de explotación colonial de la modernidad
capitalista ha buscado esclavizar a las mujeres, los niños y la sociedad mediante la
violencia, el sexismo societal, el fundamentalismo religioso y el nacionalismo para
garantizar más ganancias y mantener su poder. Contra estos estados explotadores se
levantaron desde las naciones explotadas incontables resistencias e insurrecciones. A lo
largo de esas luchas históricas contra la injusticia y la desigualdad, las mujeres jugaron
constantemente un significativo rol subversivo. En la historia del Kurdistán Oriental e
Iran también las mujeres han actuado como revolucionarias en la lucha por la libertad.
Las mujeres que resisten contra las prácticas de opresión han estado presentes numerosas
veces en la lucha de liberación de Kurdistán. Actualmente, cientos de activistas mujeres
kurdas se encuentran en prisión o exiliadas. A pesar de estas duras circunstancias estas
mujeres han permanecido leales a sus objetivos revolucionarios. En 2008, por ejemplo,
una revolucionaria kurda Şirin Elemhuli fue arrestada por el estado iraní. Por más de dos
años, ella fue sometida a brutales torturas y tratos inhumanos. Ella fue, como muchas
otras mujeres detenidas por el régimen, privada de su derecho a una defensa y un juicio
justo. Ella fue condenada a muerte y ejecutada el 9 de mayo de 2010 en la notoria Prisión
Evin. Hoy día, cientos de mujeres, al igual que Şirin Elemhuli, quienes han rechazado
renunciar a sus objetivos revolucionarios, permanecen encarceladas. Zeynep Celaliyan
sigue siendo una de esas mujeres, arrestada en 2008, debido a su compromiso con los
movimientos de mujeres y con el pueblo kurdo. Luego de haber sido condenada a muerte,
su sentencia fue reducida a la cadena perpetua. Por más de 7 años, Zeynep ha sufrido
torturas. Contra estos tratos, ella repetidamente ha emprendido huelgas de hambre.
En una carta,Zeynep Celaliyan declaró:
“Mi nombre es Zeynep Celaliyan. Yo soy de la ciudad de Mako. Soy una mujer kurda de 31
años de edad bajo presidio político. Mi condena a muerte fue confirmada por la Corte
Revolucionaria Irani. Debido a severas torturas durante mi encarcelamiento, ahora sufro
de serios problemas de salud y enfermedades crónicas. La situación de mi salud, así como
mis condiciones de vida, son extremadamente insoportables. Cuando fui condenada a
muerte yo no se me permitió tener un abogado, y el juicio tomo tan solo unos pocos minutos.
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A mí me dijeron simplemente que “tú eres una enemiga de Dios. Este es el porqué deberías
ser ejecutada.” Pedí al fiscal que me permitiera ver a mi madre por última vez antes de mi
ejecución. Mi demanda fue rechazada. Me dijeron que me mantenga en silencio y que me
callara la boca. Más adelante, la condena a muerte fue cambiada por la condena perpetua.
Pero desde entonces, he sido sometida a severas e incontables torturas, lo que me llevó a
entrar en huelga de hambre repetidas veces como protesta ante esta situación. Estas crueles
y brutales torturas me han dejado sufriendo de diversos y serios problemas de salud.
Además, debido a los golpes en la cabeza durante las torturas, sufro de insoportables
dolores de cabeza. He perdido la vista en un ojo, mientras estoy lentamente perdiendo la
vista en el otro. También estoy sufriendo de fuertes dolores en mis riñones, y debido a la
presión psicológica y las continuas huelgas de hambre mis problemas digestivos están
empeorando rápidamente. La combinación de estos problemas de salud causan excesivos
dolores y sufrimientos.”
A pesar de todas estas cuestiones de salud documentadas, incluida la rápida pérdida de la
visión, de los problemas de riñones y digestivos resultantes de la experimentación de las
más severas torturas, a Zeynep le han negado el acceso al tratamiento médico y la
asistencia. Las autoridades de la Prisión de Kermanshah han constantemente rechazado
todo tratamiento médico como las examinaciones físicas, a pesar de los serios
compromisos para su salud.
Necesitamos señalar esta realidad del siguiente modo: A pesar del trato cruel e inhumano
que ella sufrió en prisión, Zeynep Celaliyan se ha mantenido firme e inconmoviblemente
leal a sus objetivos humanitarios, a su ideología y particularmente la la lucha por los
derechos de las mujeres. Las autoridades del Estado y de la prisión han intentado
repetidas veces por la fuerza y presionando a que Zeynep renuncie a su posición política y
que demuestre remordimiento. Estas presiones y violaciones a los derechos humanos han
fracasado en su objetivo, y Zeynep sostuvo estoica y férreamente su resistencia a pesar de
estas circunstancias tan desventajosas. El régimen iraní, como una forma de mayor
deslegitimación del rol político y la identidad de Zeynep, ha rechazado verla como una
prisionera política, de allí que le hayan impuesto el dictado religioso de “enemiga de Dios”
como su sentencia.
Hasta la fecha no hay evidencia para la condena que pesa contra Zeynep Celaliyan. No
hay evidencias que la incriminen en haber participado en actividades militares ni
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armadas, y las acusaciones contra ella no guardan ninguna base jurídica. A pesar de ser
firmante de la Convención de Derechos Humanos, Irán continúa dando un trato
inhumano y sin apego a los más básicos derechos humanos a las y los prisioneros
políticos. Incluso, el régimen continúa denegando el derecho a defensa de las y los
detenidos, imponiendo severas torturas, castigos injustos y extrajudiciales, aislamiento
del mundo exterior, retenciones deliberadas de la información y negativa a las visitas por
parte de las familias y abogados; actos que son todos violatorios de la Convención de
Derechos Humanos.
Hacemos un llamado a todas las participantes de la Conferencia de Mujeres de Oriente
Medio, personas, organizaciones de mujeres, fundaciones y movimientos, y activistas de
derechos humanos a apoyar el caso de Zeynep Celaliyan. Más crucialmente, es esencial
que el régimen iraní sea presionado para proveer inmediato tratamiento médico para
salvar la vida de Zeynep y de otras y otros que sufren una situación similar. Y esto
requiere activismo y presión inmediata de todas y todos quienes estamos conscientes del
caso de Zeynep. Nosotras esperamos que para la libertad de Zeynep Celaliyan y otras
prisioneras políticas que sufren situaciones similares, las asistentes a esta conferencia
adoptarán la decisión colectivamente de comenzar una lucha común. Nosotras urgimos
que para la liberación de las prisioneras y prisioneros en Irán, quienes enfrentan
ejecuciones y todas y todos aquellos que son sometidos a severas torturas, una lucha
común es una lucha por la paz, por el trato humano y por los correspondientes métodos y
prácticas legales que se encuentran explicitados en las convenciones internacionales.
KJAR – Asociación de Mujeres Libres de Kurdistán Oriental
25.09.2014
Demandas Urgentes
. Nosotras demandamos tratamiento médico inmediato para Zeynep Celaliyan, así como
su liberación y la liberación de todos y todas las prisioneras políticas.
El asesinato, arresto y tortura de activistas de derechos humanos es algo que ocurre
cotidiana y constantemente dentro del régimen iraní. Semejantes políticas son respuestas
inaceptables, condenadas por todas las organizaciones de derechos humanos y por las
convenciones internacionales. Estos tratamientos inhumanos son planificados para
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conseguir silencio y prevenir a las activistas políticas de levantar demandas de reformas
políticas en pos de la democracia y los derechos de las mujeres. Sin embargo, este tipo de
políticas no han logrado, ni lograrán jamás, hacer retroceder a aquellas que creen en los
derechos humanos y la democracia de poder hablar. A pesar de la certeza de enfrentar
severas torturas, encarcelamientos y penas de muerte, estas políticas no nos impedirán
mantenernos en lucha por nuestros derechos como mujeres, nuestras demandas de
derechos para las mujeres y la co-existencia democrática de diversos grupos
etnoreligiosos no son negociables.
Las mujeres que enfrentan y resisten regímenes opresivos y prácticas inhumanas se
convierten en símbolos de la resistencia, por ello es que son comúnmente brutalmente
silenciadas. Como Zeynep Celaliyan nos ha mostrado, a pesar de la extensa y brutal
tortura diaria, ella se ha mantenido inflexiblemente persistiendo en su postura por una
vida dignificada en tanto mujer kurda. Su resistencia y fortaleza inflexible en el rostro de
tremendas injusticias insoportables, sirve para fortalecer nuestra voluntad colectiva de
resistir las políticas inhumanas del régimen iraní; y de resistir y luchar por un sistema
democrático en el cual la libertad de las activistas como Zeynep Celaliyan y otras
prisioneras políticas sea posible.
Nosotras hacemos un llamado de urgencia al Comité de Prevención de la Tortura (CPT),
la Unión Europea (EU), las Naciones Unidas (UN), a todas las instituciones
internacionales, las fuerzas democráticas, las y los activistas de derechos humanos, a la
prensa y a la opinión pública a ejercer presión diplomática directa. Es también esencial
organizar una delegación internacional de expertas para visitar a Zeynep Celaliyan con el
propósito de proveerle inmediato acceso a los tratamientos médicos que necesita para
salvar su vida.
Nosotras llamamos a la comunidad internacional a ejercer presión y hablar
activamente en contra del régimen iraní para que frene sus políticas inhumanas
contra las y los prisioneros políticos. Es esencial que las organizaciones de
derechos humanos nos mantengamos firmen en solidaridad y lucha conjunta
para liberar las y los prisioneros políticos y así hacer nuestra contribución a los
valores democráticos y los derechos humanos.