Muitas mulheres que são realmente lésbicas agem como bissexuais porque aceitaram a exigência da sociedade de se relacionarem sexualmente com homens apesar de preferirem mulheres. No passado, tem sido difícil (para muitas mulheres impossível) rejeitar a exigência da sociedade sem o apoio de outras mulheres que agora existe no Movimento Lésbico.

Anteriormente, existia apenas o apoio de poucas outras lésbicas que usualmente se viam a elas próprias como doentes ou desviante, o que não é apoio de todo. Mas mulheres bissexuais recebem energia de outras mulheres e depois dão à volta e usam essa energia para trabalhar os seus relacionamentos com homens. Portanto, “feministas” bissexuais vivem na mesma contradição das “feministas” heterossexuais. Elas continuam se relacionando com homens de forma primária. Para além desta contradição, bissexuais forçam lésbicas com as quais se relacionam a ter algum tipo de contato, e por vezes competir, com homens.

Bissexualidade não é um compromisso para com as mulheres. Mulheres Bissexuais recebem privilégio masculino dos homens com os quais se associam e privilégio heterossexual dos relacionamentos com os homens. Elas estão talvez tentando ter “o melhor de dois mundos”, mas elas não inspiram confiança para as lésbicas pois elas também dormem com os opressores.

Além do mais, elas se recusam a reconhecer que com quem você dorme é um assunto político. Nesta sociedade, se você se desvia da norma você é associada ao desvio, logo mulheres bissexuais podem ser consideradas lésbicas pela sociedade; mas este “desvio” é por vezes tolerado ou até considerado exótico, já que a mulher bissexual continua a demonstrar que ela é a mulher “real” ao se relacionar com os homens. Nós não consideramos mulheres bissexuais como sendo lésbicas. Para reiterar, você não pode se dedicar a destruir a supremacia masculina ao se relacionar com o inimigo.

Fonte: ‘Separatism,’ Alice, Gordon, Debbie, & Mary. 1973. For Lesbians Only: A Separatist Anthology, 1988.