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::::::::::::::::::::::::::NÚCLEO ANARQUISTA DE CURITIBA:::::::::::::::::::::::::

*Estrutura interna

O Núcleo Anarquista Curitiba – NAC, sediado no Centro de Cultura Anarquista 13 de janeiro (CCA-J13), organiza-se em círculos concêntricos, em formato de núcleos anarquistas os quais operam na forma de grupos de luta com inserção em movimentos sociais como meio de acelerar o processo revolucionário através das frentes populares. A motivação da criação dos núcleos anarquistas é oriunda do ideal de emancipação organizativa, ou seja, não dependemos de uma estrutura cristalizada para fortalecer o princípio de autonomia, pois não acreditamos na organização partidária, representativa ou hierarquizada.

Construímos nossa estrutura física em 13 de janeiro de 2007 por meio da ocupação de um espaço abandonado no centro da cidade de curitiba-pr, em nossa fundação encontra-se a Biblioteca Maria Lacerda de Moura, na qual realizamos nossos encontros periodicamente. A construção de nossas bases ideológicas é orientada pelo anarquismo de concepção sintetista na qual orientamo-nos pelas correntes do insurrecionalismo; do anarquismo verde – entendido como instrumento de manutenção das subjetividades das chamadas comunidades tradicionais, agroecologia (sementes crioulas) e libertação animal, bem como da recusa ao processo civilizatório imposto pela reprodução do sistema de produção capitalista; da superação do trabalho nos moldes exploratórios os quais destroem a base da vida em sociedade e da pedagogia libertária.

*Estrutura externa

Atuamos nos grupos de luta pelo transporte; de solidariedade na luta pela moradia; de agroecologia GERAE; de estudos da libertação animal, da terra e humana, coletivo de libertação animal CLATH; de ação anarca-feminista FAAF; de estudos Anarquistas de Curitiba GEAC e junto ao NAG – Núcleo Anarquista Guarapuava – o qual realiza um trabalho fundamental na esfera do resgate de memória e relação com remanescentes da Colônia Cecília.

*Contexto regional

O Estado do Paraná é gerido pelo mesmo grupo familiar de latifundiários e empresários desde a sua emancipação. Configura-se como um governo autoritário desde sua gênese, respondendo apenas às demandas desses dois grupos majoritariamente, os quais monopolizam o monocultivo de grãos em todo o território nacional, possuem o monopólio da exportação da soja, milho, algodão, dentre outros. A cidade de curitiba, capital do estado, chamada “cidade modelo”, orientada por um discurso tecnicista que se sobrepõe ao debate político-ideológico, é uma cidade planejada na qual o resultado desse planejamento aponta para a articulação de três interesses políticos: capital externo (multinacionais), famílias latifundiárias (gestores locais do capital externo) e elites políticas, que resulta na acentuada exclusão social da maioria da população – o pobre – torna-se uma barreira jogada na fronteira da cidade sinônimo de matéria de exploração e reserva industrial de baixo custo. É dentro desse contexto que nascemos. Nossa luta parte da crítica ao planejamento urbano do transporte coletivo, usado como vetor de exclusão social e responsável direto pela vida pendular da população; transporte coletivo que favorece à especulação imobiliária.

*Contexto nacional

Compreendemos que o cenário brasileiro político atual se constituiu desde as perseguições às organizações clandestinas anarquistas do final século XIX, tendo o seu auge na década de 1920. Com a institucionalização das organizações clandestinas de luta operária e com a criação do partido comunista as perseguições e baixas causam uma capitulação da organização anarcosindicalista cujo ponto máximo se deu na instituição da campanha de nacionalização pelo governo vargas.

Com a polarização da direita, após o aniquilamento das organizações libertárias, surge a esquerda e o partido dos trabalhadores nos anos oitenta. Após a conquista do poder, esse partido muda de discurso e assume identidade de estado-nação, trocando o ideal do operariado para o ideal de povo, evidenciando a postura totalitarista do seu projeto de governo.

O que é possível observar durante os mandatos é o conluio entre as oligarquias tradicionais com o governo do PT, nas quais o contraste entre as pequenas elites dominantes evidencia-se em relação à maioria da população miserável.

Diante disso, os levantes ocorridos até os dias de hoje, como o junho de 2013, devido a falta de uma organização anarquista estruturada, caracterizam-se como fagulhas motivadas pela espontaneidade prematura de uma juventude que não estava formada politicamente para ir além dessa polarização esquerda-direita.

Nesse sentido, nosso projeto político se consolida na necessidade de ruptura com a política totalizadora praticada no projeto de estado-nação implementada por essas organizações políticas; pela viabilização da guerra entre classes e pelo mote finalista da sociedade socialista anarquista.

Núcleo Anarquista de Curitiba, 13 de Maio de 2015.

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