O Anti-Édipo -- Gilles Deleuze & Félix Guattari

Este é um livro revolucionário, em múltiplos sentidos. Não só porque seus autores o escreveram sob o influxo de Maio de 68, mas sobretudo porque seu alvo é compreender e libertar a potência revolucionária do desejo, dinamitando as categorias em que a psiquiatria e a psicanálise o enquadraram. No centro do conflito está a concepção freudiana do inconsciente como teatro e representação - e sua pedra de toque, o drama de Édipo. Para Deleuze e Guattari, ao contrário, o inconsciente não é teatro, mas usina; não é povoado por atores simbólicos, mas por máquinas desejantes; e Édipo, por sua vez, não passa da história de um longo "erro" que bloqueia as forças produtivas do inconsciente, aprisiona-as no sistema da família e assim as remete a um teatro de sombras. Com agilidade impressionante, O anti-Édipo combina dispositivos da filosofia, da literatura, da antropologia, da arte, da economia, da ciência, da política e da biologia - além de um sem-número de alusões e citações que correriam o risco de passar desapercebidas não fosse o trabalho rigoroso do tradutor Luiz B. L. Orlandi, que dotou esta edição de valiosas notas informativas -, para articular uma crítica radical da cultura que acabou por definir uma das linhas de força do pensamento contemporâneo.
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Updated by Marcus 2019-09-24
   
  • Capítulo I: As máquinas desejantes
    • I.1 A produção desejante
    • I.2 O corpo sem órgãos
    • I.3 O sujeito e o gozo
    • I.4 Psicanálise materialista
    • I.5 As máquinas
    • I.6 O todo e as partes
  • Capítulo II: Psicanálise e familismo: a santa família
    • II.1 O imperialismo de Édipo
    • II.2 Três textos de Freud
    • II.3 A síntese conectiva de produção
    • II.4 A síntese disjuntiva de registro
    • II.5 A síntese conjuntiva de consumo
    • II.6 Recapitulação das três sínteses
    • II.7 Repressão e recalcamento
    • II.8 Neurose e psicose
    • II.9 O processo
  • Capítulo III: Selvagens, bárbaros, civilizados
    • III.1 Socius inscritor
    • III.2 A máquina territorial primitiva
    • III.3 Problema de Édipo
    • III.4 Psicanálise e etnologia
    • III.5 A representação territorial
    • III.6 A máquina despótica bárbara
    • III.7 A representação bárbara ou imperial
    • III.8 O Urstaat
    • III.9 A máquina capitalista civilizada
    • III.10 A representação capitalista
    • III.11 Édipo, finalmente
  • Capítulo IV: Introdução à esquizoanálise
    • IV.1 O campo social
    • IV.2 O inconsciente molecular
    • IV.3 Psicanálise e capitalismo
    • IV.4 Primeira tarefa positiva da esquizoanálise
    • IV.5 Segunda tarefa positiva da esquizoanálise

*Apêndice: Balanço-programa para máquinas desejantes